Na tolice iminente de meu futuro
Resido impaciente a tolher
solenidades
Culto indistinto à megalomania
Provisão da jactância letal sobre um
eu que não conheço
Odeio-me!
Guardo os cacos de um vidro
irreflexo
Lascas infrutíferas do meu ego todo
opaco
Parcelas de um excerto vazio
Fração de desamparo
Fiasco!
Vivo no aguardo do que nunca me
acontece
Passadas enormes e uma distância infinda
Angustio-me no deserto de minha
superficialidade
Busco o cume de um monte que não há
Nunca houve
E não há de haver
Vide a insustentabilidade cruel de
meu espírito.
Corro os dedos para fora da face
Da Terra?
Ou daquela tristeza cósmica
Cujo semblante é a marca mesma do
que sou?
Meço as grandezas de minha alma
E não há ninguém ali.
Sucumbir diante da inanidade
irreparável?
Dobrar-se frente ao todo
Perante o qual sou pouco mais
(ou nada mais?)
Do que uma vileza pueril?
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