segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Soneto de fraternidade



Não fujas, irmão, da estrela cadente
Que tanto correu pelo céu da tarde
Dada aos perversos de olhar ardente
E aos ferozes de impulso covarde

Não busques, amigo, areia movente
Que imergirás ingênuo, sem alarde
Esquecido dos seus, de quem te guarde
Deixado por si, roto e descontente

Não esquives do amor daquele faltante
Pois quando se ausenta jamais te ilude
Como recado breve da alma errante

Não sondes o medo que não te acude!
Revives o afeto e se faça amante!
Alentes o peito e não sejas rude!

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© Odisseia do adeus
Maira Gall