Ai, as suas maneiras se embaralham
Não há humor que suporte essa rudeza
transladada
O seu jogo temperamental e injusto.
Meu peito sendo a terra
O seu, a lua
E essa coisa da nutação que é também
sua façanha
E que faz oscilar meu eixo,
orientando-me a você
Sendo que tudo o que te faz ser o
que é
É a coisa caprichosa e seca da lua
sozinha
Contraposta ao rubor gigante disto
que sou eu
A terra, infinitamente habitada de
ardor.
Tão pequena, lua orbitada
Gira influente a me deslocar
da eternidade cêntrica jamais
consolidada.
O jeito obtuso com que me aborda
A forma global com que me satisfaz
A trama fugaz com que se personalizam
as luzes
de seu mais profundo olhar perdido.
Nada me torna capaz de deter um
feixe sequer
E somente na noite me ilumino por um
segundo
disso tudo que é seu e perpetuamente
distante
E que sendo distante vive
perpetuamente contido.
Alcova, montanha altíssima!
Há uma coisa que me puxa e empurra
E as leis ainda não dominaram a
força inapelável
desse instante de amor.
Há uma coisa grave, que não sendo
gravidade
ainda move os salões do tempo para
além dos rumores
desconhecidos...
O infinito do espaço se apequena e
eu vejo
Eu vejo nas reentrâncias de seus
olhos
um grito de lua
E talvez os medos cessem e os mares
flutuem
E venha por aí um alinhamento
qualquer
E talvez...
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