segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Para viver a doçura...


Ouço melodias do paraíso e desfruto das delícias angélicas
Sinto o afago breve das ondulações salvíficas
Desejo adentrar o templo em cuja fortuna se resguarda
O tesouro eterno
A serenidade intemporal
O beijo impossível
O Amor que jamais estremeceu…

Canto sozinho sussurros celestiais
Aprecio no tédio as volúpias inefáveis
Aninho-me no colo do insondável.

Pai, Tu és capaz de me ouvir?
De reconhecer, em mim, o Teu filho?

E eu?
Um dia conhecerei a mim mesmo?
Transbordarei em luzes e glórias
Lavado por uma auréola essencial?

Nos raios de meu coração
Pude vislumbrar purezas
Que acalentaram as angústias de um peito amargo
Ocupado demais com seus dissabores
E afastado da delicadeza mística de uma lágrima.

Vivo agora como a orquestrar clarões
Comprometido na redenção absoluta do que fui
Abençoado numa flutuação extática
Na doçura lírica de todo amor que jamais se corrompeu.

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© Odisseia do adeus
Maira Gall