Ouço melodias do paraíso e desfruto
das delícias angélicas
Sinto o afago breve das ondulações
salvíficas
Desejo adentrar o templo em cuja
fortuna se resguarda
O tesouro eterno
A serenidade intemporal
O beijo impossível
O Amor que jamais estremeceu…
Canto sozinho sussurros celestiais
Aprecio no tédio as volúpias
inefáveis
Aninho-me no colo do insondável.
Pai, Tu és capaz de me ouvir?
De reconhecer, em mim, o Teu filho?
E eu?
Um dia conhecerei a mim mesmo?
Transbordarei em luzes e glórias
Lavado por uma auréola essencial?
Nos raios de meu coração
Pude vislumbrar purezas
Que acalentaram as angústias de um
peito amargo
Ocupado demais com seus dissabores
E afastado da delicadeza mística de
uma lágrima.
Vivo agora como a orquestrar clarões
Comprometido na redenção absoluta do
que fui
Abençoado numa flutuação extática
Na doçura lírica de todo amor que
jamais se corrompeu.
Nenhum comentário
Postar um comentário