Na palavra edifiquei o meu
santuário.
Em meio ao caos não encontrei meus
dedos
E pelos dedos os lamentos se
rubricaram em mim.
A torre celeste que eleva o poema
Fez-se corpo e templo do meu coração
às estrelas.
A total descrença que me obscurecia a
visão
Tornou-se pétala e esmoreceu
no outono místico de meus olhos.
Sinto que agora vivo um pouco do
amor
Amor renascido nesta terra fecunda
do lirismo
Amor que ausculta mesmo meus temores
mais íntimos,
os mais sóbrios.
O verso me salva de ser apenas eu
Porque eu sozinho não vejo.
Sou tão pobre que não creio, não
gosto, não sangro!
Somente na poesia o mundo se me faz
com valor
Como que recém tirado do sacrário da
madrugada
E me empresta, por ela também, um
sentido qualquer
Para ser meu
E para que eu igualmente o seja.
Nenhum comentário
Postar um comentário